terça-feira, 7 de julho de 2015

DEGRADÊ

Em São Paulo, tudo o que não é cinza grita. Clama. Avoca. Mas em São Paulo o índice de daltonismo é estranhamente discrepante da realidade nacional. Em São Paulo as pessoas reverberam a própria voz, que retorna ao emissor estranhamente deturpada, bela, racional. Aqui todos têm razão dentro de uma interação imaginária. Aqui todos fazem sentido para si próprio. Bom dia, Franklyn. Ops, bom dia Franklyn. Ei, não estou falando comigo, cazzo. E, afinal de contas, nem é um dia tão bom assim. Bola pra frente.